Histórico / Background
A pintura entrou em minha vida de maneira simples, aos poucos, e quando percebi, já estava tomada. Eu pintava visões e sensações, criava as paisagens interiores e inventava as exteriores. Nesse mundo inventado apareciam cenas figurativas do meu cotidiano, do interior do meu convívio social, e do exterior, do meu lazer, puro prazer…
Aos poucos, com a evolução do trabalho, muitas horas e dias e anos sentada em frente ao cavalete, fui encontrando a minha “assinatura”, aquele diferencial que me caracteriza como artista.
No início eram cenas coloridas de praias quase desertas, o cão bassê que me acompanhava, barcos, redes e… sabe-se lá como, surgiu um tapete kilim na areia; pude então trabalhar os detalhes; o jogo de cores e a ludicidade das formas passaram a fazer parte do universo de meus quadros. Os tapetes foram ficando mais detalhados, mais quentes, mais coloridos vinham pendurados em varais, faziam às vezes de vestimenta, eram usados (os verdadeiros) em colagens, etc.
Ao mesmo tempo descobri as molduras velhas, descartadas, de gesso, de madeira, encontradas na rua, apoiadas nos recantos mais esquecidos dos antiquários. Elas me atraíam e me acenavam com possibilidades, principalmente as de ultrapassar os limites das telas e de brincar com as suas texturas. Por isso, as minhas telas são preparadas junto com as molduras, de tal maneira que ao colocá-las no cavalete elas falam comigo, me indicam o tema da pintura, me ajudam a ir além dos limites convencionados de que a moldura serve para proteger a tela.
Paulina Pinsky
Painting carne into my life simply, little by little, and when l realized, l was already taken. l painted visions and sensations, created inner landscapes and invented outer ones. In this made up world, there appeared figurative scenes of my daily life, from my internal and external social living, my leisure, mere pleasure.
Gradually, as my work evolved, long hours and days and years sitting in front of the easel, l began to find my “signature”, that differential that makes me an artist.
At first there were colourful scenes of nearly deserted beaches, the dashund that kept me company, boats, nets and….out of the blue, there was a Kilim rug on the sand; then l could work on the details; the game of colours and ludicity of shapes became part of my painting universe. The rugs got more and more detailed, warmer, more colourful, hanging on clotheslines, became clothes, were used (the true ones) in collages, etc.
At the same time l discovered old frames, discarded, made of plaster, wood, found on the streets, leaning on the most forgotten corners of antique shops. They attracted with possibilities, limits of the canvas and playing with its textures. That’s why my canvases are prepared thogether with the frame, so that when l put them on the easel they talk to me, tell me about the theme of the painting, help me to go beyond the convention that frames are there to protect the canvas.
Paulina Pinsky
1948 – nascimento
em Ulm – Alemanha
1949 – mudança para Israel
1950 – mudança para La Paz – Bolívia com passagem por Castelgandolfo
– Itália
1950 a 1957 – anos de formação e escola primária em La Paz
1957 – mudança para São Paulo – Brasil